segunda-feira, 29 de junho de 2009

Portugal no seu melhor


Não sou daqueles que desdenham a pátria, refutando-a com arrogância e preferindo uma satírica nacionalidade espanhola ou, em casos mais preocupantes, americana. Até porque em nenhum outro país existe uma região chamada Alentejo, não há migas, postas mirandesas, tinto da Cartuxa, verde minhoto, couratos, Minis, Eusébio, não há Tejo, fado, etc, etc, etc...
Mas há coisas neste lindíssimo país que ainda me deixam perplexo e meio estonteado. Li esta manhã num matutino nacional que os portugueses estão "pobres" e "desmobilizados" mas que, ainda assim, são "felizes". Malfadada passividade! Este é seguramente um dos crónicos e permanentes diagnósticos do nosso Zé Povo. E não é de agora. Ainda que a paixão fadista me inunde e me liberte, o fatalismo, a saudade, a indiferença são de entre as características nacionais, das que mais me transtornam.
Exige-se cada vez mais uma catarse purificadora que exclua unilateralmente do destino generalizado a linha abjecta que nos impuseram sem referendos mais ou menos eleitoralistas e a que nos adaptámos com a facilidade do costume, derrubando-nos todos os dias à saída da Qimonda, da Auto Europa, dos Centros de Emprego.
É factual o dispensável e desprezível contributo com que ao longo dos últimos 35 anos a nossa governação nos tem mimoseado. Antes, "António da Calçada" gozou o prato da estupidificação de gerações, orgulhosamente só, deixando para os vindouros a descoberta da escola e da formação. Hoje, os dados estão na mesa: a taxa de analfabetismo baixou mas ainda cá está bem evidente, a mortalidade ultrapassou pela primeira vez a natalidade, a vil crise já mora na nossa casa, o desemprego está extremado como nunca, Sócrates é Primeiro Ministro, Ferreira Leite é alternativa, e ainda por cima o Aimar continua no Benfica.
Optimismo e soluções para a nossa passividade ainda se encontram com mais ou menos esforço, mas reflecti-las no nosso quotidiano, ainda será possível?
Eu ainda sou novo. Perguntem a outro. Agora estou numa fase fatalista. Desculpem.

domingo, 28 de junho de 2009

Vamos brincar à política!


E ainda me chamam cáustico!? PS e PSD andam "à bulha" há não sei quantos meses para ver quem ganha o troféu para a Provedoria de Justiça. Comportam-se os deputados de ambos os partidos como crianças que disputam os mais valiosos bonecos da Playmobil, chamam nomes uns aos outros e, caso não cheguem a conclusão nenhuma, há ainda a possibilidade (muitíssimo forte) de fazer queixinhas ao Sr. Presidente da República que, com visível e incómodo e consternação, se embaraçou para pedir "juizinho" aos traquinas dos senhores deputados. Ai, ai que ainda apanham tau-tau! (Digam-me quando for isso, onde e a que horas!!!)
Mas como qualquer judiaria infantil, quando sentem os calos apertados e é eminente a perda do poder, logo se aprestam os intervenientes a fazer pazes, dar abraços, jurar amizade eterna e a evidenciar um altruísmo e um espírito de partilha dignos da Madre Teresa de Calcutá. Assim foi com PS e PSD. Depois da vergonha nacional, depois de um dos pioneiros do PPD (PSD), Jorge Miranda, ser chumbado precisamente pelo "seu" partido, depois desta questão de enorme relevância se banalizar e perder lugares na hierarquia dos noticiários, lá vêm eles pedir desculpas! Alberto Martins e Paulo Rangel protagonizaram mais um momento hilariante aparecendo - só faltando mesmo as mãos dadas e uma bandeirinha branca a acenar - bradando um acordo para eleger o Provedor de Justiça. Em boa hora meus santos! Bem hajam!
Mas uma coisa pergunto eu... Por que carga de água é que dois partidos que chamam a si o protagonismo da democracia e dos melhores valores da mesma excluem liminarmente os outros partidos políticos da nomeação? Mais um extraordinário exemplo da boa democracia e do vosso Bloco Central senhores deputados! Muito bem!
Mas como se não chegasse já de brincadeiras parvas, agora que esta disputazita está perto do fim, estes mariolas partiram para outra - a data das eleições. Epá, é espectacular a criatividade das crianças! Mas desta vez, o pai Cavaco não lhes deu muitas hipóteses... Vão fazer queixinhas à mãe Maria. Pode ser que ela meta uma cunha!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Jackson's Four

Mas então Michael Jackson não era aquele tipo odioso, pedófilo, vergonhoso para a comunidade negra que foi "fuzilado" pela opinião pública nos últimos 20 anos? O que não faz a morte a um tipo que vendeu mais discos que ninguém na história da música... Em meia dúzia de horas, voltou a abrir noticiários, chora-se de lés a lés, e até quem o odiou agora o coloca no pedestal artístico.
Não será apenas inveja e alguma preguiça mental?

A ancestral arte de seduzir... na feira

A dada altura de um jantar em plena Feira de S. João dei por mim a levar a cabo um pseudo-estudo sociológico, em jeito de BBC Vida Selvagem, sobre o comportamento masculino e feminino, enquanto mastigava entremeada e emborcava uns decilitros de sangria…
Notei com extrema facilidade a brejeira, em muitos casos barrasca, atitude masculina ao longo de toda uma noite, não claudicando na tentativa de engate permanente, nomeadamente depois de tratar os barris de Sagres por "tu". O curioso é que a postura, pouco digna mas assertiva, se revelou transversal na maioria dos casos e nas diversas faixas etárias. Uma espécie de irmandade. Cúmplice, roçando mesmo a entreajuda mais primária. Ainda que a marca da roupa, o corte de cabelo, as expressões, o dedo escolhido para coçar a virilha e o grau de discrição para o efeito, entre outros itens, diferenciassem os espécimes, a cobiça (inclusive da mulher alheia) e essencialmente as ganas relativas à possibilidade de acasalamento atingiram picos de desmedida loucura, proporcionando piropos de gosto duvidoso, frases e ditos à altura, babando-se, cuspindo, gritando, em muitos casos dançando até algo que - a espaços – se pareceu mesmo com o arrojo contemporâneo da arte. Álcool e estupidez natural a mais? Desencantem-se. Pura arte.
Pior foi comprovar in loco que na ala feminina havia, em número considerável, reprovável reciprocidade.
David Attenborough, parece-me, anda a perder tempo na Tanzânia e no Serengheti! É que, face ao que vi, as disputas animais por terras de África pela tão desejada cópula, são meros lirismos lamechas que envergonham o vigor e a virilidade desta gente que dos 15 aos 60 anos (optimismo meu) me deleitou com um espectáculo maior durante uma noite inteira… bem ao jeito da Idade Média. Aplauda-se, pois, com a veemência Shakespeariana. O futuro das gerações é risonho… Chiça!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

"Slow Food"... estou sempre a aprender!

Outro dia, num destacado hotel de Évora deparei-me com um novo conceito. Chama-se "Slow Food" e consiste em ter à mesa meia dúzia de gente com apetite mas que tenha todo o tempo do mundo para jantar, pelo menos assim me pareceu de cada vez que olhava para a mesa e os via, calmíssimos, como se os ponteiros do relógio não os contemplassem na fina arte de envelhecer.
A ideia é degustar convenientemente todos os alimentos, ingredientes, temperos, acompanhamentos, bebidas, sobremesas, entradas... E tudo isto equivale a dizer que o jantar começou às 20h30 e já passavam duas dezenas de minutos das 2 da manhã quando este "gourmets" pousaram definitivamente os talheres (não percebi bem se algum deles se deixou entretanto dormir durante a refeição).
Inquietou-me. A ideia é salutar e num tempo como o nosso louve-se quem pensa, pelo menos, em passar algum tempo à mesa sem que seja apenas para enfardar uns milhares de calorias rapidamente e beber 1 litro de Cola, antes de o sofá nos tornar a abraçar como se não houvesse amanhã. Porém, o tempo é um bem precioso e, nos dias de hoje, urge de uma forma - parece-me - inédita. Quase não temos tempo para um real beijo, ou para dizermos a quem amamos o que sentimos, dado que o autocarro está a partir, estamos atrasados, as Finanças fecham cedo ou o jogo do Benfica está a começar e nem sequer dispensamos os anúncios da Sotinco e da Sagres que o antecedem.
Parece-me então natural que um conceito como o "Slow Food", uma vez mais, tem entrada directa no top da vasta lista de vaidades que os mais requintados tugas têm compilado história fora e que se enriquece diariamente com "anexos" gourmet cosmopolitas e sempre, sempre na moda. Veja-se, por exemplo, uma Açorda Alentejana ou umas Sopas de Tomate, outrora comidas plebeias e "baratuchas". Hoje perfilam-se como protagonistas de inúmeros menús dos mais distintos restaurantes... Mas isto seria assunto para discutirmos todos num jantar das 20h às 2h. Para já, sugiro um brinde como entrada! Bom apetite!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

25 de Abril em Outubro... Porreiro pá!


Venho, por este meio, pedir a quem me lê que informe o nosso Primeiro que - sim! - o resultado das eleições europeias são o barómetro da cada vez mais provável derrota de Outubro próximo. Chega a ser hilariante a forma toureira com que Sócrates se esquiva do humilhante resultado do PS, ludibriando e desfiando argumentos para justificar o injustificável.
É incontornável a insatisfação do Zé Povo, e isso ficou provado, por exemplo, nos 9% de votos brancos, sinal de que, a par do Sr. Engenheiro, também os outros líderes com assento parlamentar estão, no mínimo, ao mesmo nível. Sintomático, digo eu.
O CDS promoveu uma moção de censura ao governo "rosinha", mas nada feito. Portas e Melo, em jeito de casal "uno", sempre de acordo e trocando aplausos e sorrisos apaixonados aquando dos respectivos discursos, acusaram, pediram explicações, exigiram... PSD foi atrás. PCP, Verdes e Bloco ficaram na retranca, apenas para não os acusarem de estarem a virar à direita... Triste política. Triste sorte...
Falta a coragem e a obstinação de Salgueiro Maia, faltam os sonhos de Abril, a cultura e a moral de mãos dadas e sem tabús, faltam líderes de carismo firmado e afirmado, falta sempre algo para, 35 anos depois, proporcionar a real e indefectível liberdade. Sem canalhice refinada, sem obscura leviandade, sem a orgânica e visceral inércia do funcionalismo público, sem os salpicos de merda perfumadamente "Dior" que se espalham em cada inauguração pré-eleitoral... mas com um Zé povo de consciência tranquila. Outubro deveria ser a efectiva revolução, mas dizem-me os astros do Prof. Bambo (ou a minha consciência tranquila) que isso fica, à boa maneira lusa, para depois. Entretanto cá nos desenrascamo-nos. Disse.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Fado Menor


Alguém me consegue explicar porque razão se enaltece agora, a sete palmos de terra, a Diva que foi considerada fascista e comunista, que traíra o Fado ao trazer eruditos e um francês para a "canção nacional", que nos nos trocou pelo Mundo, entre tantas outras barbaridades que se disseram ou, por cobardia, apenas se pensaram?...
Hoje há filmes, peças de teatro, tributos discográficos, homenagens mil, uma fundação, uma casa-museu, ruas com o seu nome, lágrimas e saudades, e até me quer cá parecer que qualquer dia vão mandar fazer uma réplica em cêra... Notáveis mais ou menos dúbios agarram-se emocionadamente à sua imagem, espreitando de esguelha para a conta bancária, não vá ser preciso realizar mais uma gala ou nova homenagem.
Pobre Amália, mulher ainda hoje incaracterizável que deu a este país o protagonismo e a justiça cultural incondicionais. Mulher sem escola que escreveu verdadeiras obras "lusíadas". Mulher sofrida que fez o Fado como ninguém e abriu o caminho, alargado agora por novos e novas "Amálias", acotovelando-se na sangria desatada do sucesso.
Nunca é tarde, diz-se, mas a verdade nua e crua é que o aforismo não se justifica desta vez. É tarde, muito tarde para uma estranha forma de vida pautada pela medíocridade de um país que nunca te mereceu... que não te merece. Merecias mais, Amália, muito mais...

Zé Manel... a fada nacional

E eis que como se de magia se tratasse, o Zé Manel passa de besta a bestial em meia dúzia de anos. O homem que começou no MRPP, que personificou "cavaquices" além fronteiras, chegou a líder do PSD e voltou costas aos seu querido e amado Portugal partindo para a Europa globalizada e globalizante. Mas quando muitos festejavam efusivamente o fecho do ciclo, o Zé Manel presenteia o - já de si - tristonho, enfartado e descrente Zé Povo com a consagração de Santana, o Lopes que outrora presidira em Alvalade e afundara as Câmaras da Figueira da Foz e da capital. Apre, é preciso coragem!
Antes, porém, Zé Manel ainda tem tempo para calçar as luvas brancas e servir um Porto, de papillon aprumado, a Bush, Blair e Aznar, três "matulões" que se deliciaram e encheram as panças com os encantos açoreanos, enquanto entre canapés, croquetes e tintol de grandes colheitas, decidiram como exterminar um país chamado Iraque que, por mero acaso, atesta milhões de depósitos das limousines destes estarolas. Zé Manel, esse, desdobra-se em múltiplas facetas e depois de servir a refeição, recolher a passadeira vermelha que cedo estendera, lavar a loiça e devolver o papillon ao motorista, deixou o "filho nos braços" do grande Santana... praticamente à saída da Kapital.
Partidos da esquerda à direita denunciaram a "fuga" e gritaram a altas vozes em plenário, lembrando mesmo uma sessão parlamentar na Coreia ou nas Américas sulistas.
Passam-se os anos e agora aplaude-se e recomenda-se a reeleição de um "monstro mau" que - pela história - se tornou numa espécie de Tinkerbell... mas esta fugiu ao Peter Pan. Pobre coitado...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A estranha teoria do enriquecimento, por CR7


Absurdo para uns, impressionante para outros e muito delicioso para quatro. O Manchester United, acusado há anos de ter dispendido cerca de 17 milhões de euros por um rapazola franzino de uma equipa qualquer do bairro de Alvalade, em Lisboa, está hoje mais rico que um totalista do euromilhões, usufruindo de tudo o que o "7" lhe proporcionou. Jorge Mendes, empresário, esfrega, mais uma vez, as mãozinhas suadas de contentamento e de um nervosismo latente de quem está para abraçar carinhosamente mais uns euritos (e ainda por cima ganhos com os pézinhos de outro). Além destes, há ainda Cristiano Ronaldo, o "Melhor do Mundo", o menino birrento que se esquece fácil e regularmente que uma equipa de futebol tem mais 10 tansos que jogam, não para, mas com ele. Expoente máximo de vaidade, pedantismo, bazófia, altivez, presunção, enfim, de tudo aquilo que está facilmente ao alcance de um gaiato - na idade e não só - que passa a receber 25 mil euros por dia, apenas porque dois ou três espanholitos se lembraram de oferecer ao clube de George Best (esse ganhou e gozou os milhões como ninguém!) uma quantia que equivale, por exemplo, ao quíntuplo do orçamento anual do futebol do Sporting. Curioso, no mínimo. Escandaloso, no máximo.
E o quarto sortudo a ganhar com tudo isto é precisamente o Sporting que ganha uma bela maquia pelos direitos de formação. Que pena a Academia de Alcochete não ter um Curso Superior com cadeiras de Humildade Aplicada, Ateliers de Bom Senso, entre outras opções académicas que enriqueceriam verdadeiramente - acima das algibeiras - os parcos cérebros de rapazolas como o "CR7" ou, noutro caso mais próximo, Miguel Veloso. Só que o outro é o melhor do Mundo e este convence-se que é, pelo menos, o mais giro.
É tudo uma questão de realidades...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Manuela Moura Guedes Bastonária?...

Manuela Moura Guedes e António Marinho e Pinto. Num duelo ao início de noite de uma recente sexta-feira, brindaram-nos com um espectáculo digno de gladiadores. Faltaram os leões e o sangue, é certo, mas a obstinação e a bravura estiveram sempre lá, muito coração e quanto a razão, pouca ou nenhuma (não houve tempo). Ele foi eleito pela maioria dos advogados, mas os advogados não gostam dele e querem-no ver pelas costas. Ela não foi eleita - muito mais fino! - foi "nomeada" pelo sr. Director da estação televisiva que serve com muito amor. Marinho Pinto é emotivo e populista. Manuela é uma tentativa falhada e inquietante de mau jornalismo... Veio o Conselho Deontológico e classificou a sua conduta como "reprovável".
A troca de mimos entre ambos foi acalorada e - passe a redundância - mimou os telespectadores mais sanguinários, ávidos de batalhas como esta. Ela chamou-lhe "bufo". Ele ripostou e classificou simpaticamente o seu jornalismo de "vergonhoso". Como se não bastasse, e já depois do Sr. Bastonário ter abandonado o "recinto", o seu lugar foi ocupado por Vasco Pulido Valente, o mesmo quer dizer que o nível se manteve por baixo, pelo menos até começar a "Flor do Mar"...
Sugestão minha: Manuela Moura Guedes a Bastonária da ordem dos Advogados! (consta que ela até estudou direito) Marinho Pinto a pivot de informação!
Factos: Advogados e jornalistas ficariam certamente radiantes.

Benfica à Benfica!


Agora que o cavalheiro andaluz fez as malas e está de partida, chega a Lisboa o bíblico Jesus, homem latino, de sangue fervilhante e discurso pronto mas quase sempre errante. É provavelmente a antítese do Señor Quique, a outra face de uma moeda que, para não variar, custa ao "Maior Clube do Mundo" (reparem que eu não disse melhor) mais uns milhões de euros e que continua a envergonhar a memória de homens como Borges Coutinho, Fernando Martins, entre outros...
Entretanto, o Sr. Presidente Vieira prepara a encenação completa para no dia 3 de Julho ser (re)empossado para liderar a instituição mais uns anitos. E agora é que vai ser...
Abram-se as Minis e metem-se ou couratos nas carcaças que a festa vai ser a do costume. Gritos e cânticos sentidos e bem bebidos à "Família Benfiquista", hectolitros de transpiração camionista, saliva cuspida por intervenções de emoção. E lágrimas, há sempre muitas lágrimas...
A noite, se tudo correr bem estará quentinha, e no final, Vieira será levado em ombros pelos sócios com habilitações literárias até à 4ª Classe, enquanto espumando das bocas raivosas os membros dos No Name Boys (que curiosamente nem sócios são!) mandam o "novo" Presidente para todo o lado, menos para casa.
E, no meio de tudo isto, Rui Costa mantém-se como o Messias de um futuro glorioso. Jesus vem salvar-nos do mal. Pinto da Costa deve renovar contrato para o papel de Judas... E a equipa de futebol, em jeito de rebanho, lá vai inerte e imúne aos desenvolvimentos, ajeitando e sugerindo penteados para a nova estação como "papoilas saltitantes", marcando sessões fotográficas e viagens para os seus países: Uruguai, Paraguai, Brasil, Grécia, Serengheti, Botswana, Burkina Faso... Há ainda dois ou três jogadores portugueses que ficam por cá.
Mas este ano é que é!

domingo, 7 de junho de 2009

Europa, aí vamos nós!!!

Mais uma vez, o eleitor nacional puxou dos galões de parasitismo e medíocridade e resolveu ir a banhos em dia de sufrágio. Até parece mentira que em pleno desenvolvimento de planos tecnológicos, ainda ninguém tenha tido o bom senso de instalar sistemas de votação wireless na Caparica, no Guincho e, claro está, no ALLgarve onde deve estar metade dos eleitores que diariamente se insurgem contra quem nos governa e com o futuro da nação...
Mas tirando isso, temos um PSD vencedor e uma Manuela Ferreira Leite rejubilante com a possibilidade de repetir a proeza em Outubro. Temos um Bloco em crescendo. Um CDS vaidoso. Um PCP raivoso. Nacionalistas esquecidos. Anarquistas banidos. Independentes tranquilos. E, claro, chegados ao fim de mais um "circo", palhaços e acrobatas repousam heroicamente depois de terem entretido o Zé Povo que, mais uma vez, se deliciou com meia dúzia de párias a quererem decidir-lhe a vida...
E feitas as contas, o Zé continua a ter aquilo que merece.

"BIME"

Decidi, por bem, entregar o primeiro louvor do Reviralho à Bienal Internacional de Marionetas de Évora. Impressionante o que vi esta tarde. Bom gosto, arte, interesse, e dezenas de criancinhas acompanhadas por progenitores a usufruir de um espectáculo que visita Évora há 20 anos e que me encantou muitíssimo... Ah! Segundo me constou deve ter sido o último ano da sua realização. Mas isso é, para não variar, apenas um pormenor.

sábado, 6 de junho de 2009

Albânia, a potência!



Hoje, mais uma vez, Portugal inteiro fez de uma pequena nação chamada Albânia a "Laranja Mecânica" dos anos 70. Gigante, implacável, sádica e instransponível. Pelo menos foi este o quadro que se pintou. E se não é menos verdade que cá para mim esperava que o nosso Benjamim (agora capitão) CR7 e mais 10 ganhassem destemidamente o alento para o futuro, a realidade é que, mais uma vez, fomos pequenos, ainda que vencedores, mas vencidos por aquilo a que José Gil apelidou de "O medo de existir".
À boa maneira lusitana, falta determinação, arreganho e pertinácia para que se assuma seja lá aquilo que for.. Um Mundial de futebol, mas podia ser também um par de meias ou um pires de tremoços, se bem que neste último caso somos, como se sabe, ímpares e sábios.
Somos limitados no sonho, medrosos no risco, e numa verdadeira "entrada e pés juntos fora de tempo" cremos vergonhosa e implicitamente que somos sempre os mais que tudo do Zé Povo e que a descoberta de Novos Mundos do quinhentismo saudoso se perpetua, hoje, nas chuteiras do "Melhor do Mundo" (cá está!) do futebolismo. E assim, com a arrogância que nos distingue enquanto latinos e com a sobranceria secular de sempre, esquecemos o suor e a obstinação da luta pela vitória... preferindo naturalmente a moral e os bons costumes de eternos vencedores.
E é assim que a Albânia se nos parece, por um dia, como uma das mais poderosas selecções mundiais. Ou não.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

"Esta Lisboa que eu amo"



Amor e ódio. Assim é a minha relação com a cidade que me viu nascer. Hoje, daqui do sulista horizonte alentejano até Ela me parece mais bela. E a verdade é que não me lembrava do quão contagiante e sensível pode ser uma urbe cosmopolita como esta...
A vista? É do espantoso terraço do Silk, um bar bem no centro do Bairro Alto, curiosamente o bairro que sempre ateimou em me fazer lembrar a viagem para lá da ponte... até ao Alentejo, motivo de paixão, de paz e de uma tremenda e arrebatadora ilusão de que tudo pode ser e tem o direito divino ou legítimo a ser perfeito... tal como Lisboa, lembrada daqui.

O meu plano tecnológico... ou a razão do Reviralho

Cedi finalmente à tecnologia! Afinal, outra coisa não seria de esperar. Já tenho e-mail (dois até!), estou registado em redes sociais, consulto a imprensa on-line e, claro, só faltava um blog... Reviralho é sátira, desabafo, crítica, mas dificilmente será apoio (como se fosse preciso explicar porquê!).
Este acaba por ser o meu próprio plano tecnológico, não com a ajuda de Magalhães, mas com o estoicismo de quem desespera por um Portugal que imaginou - eufemizando - diferente... A verdade é que desde que me conheço como cidadão eleitor, vi passar pelo "poleiro" uma série de ilustres bons rapazes, uns mais sorridentes, outros de acérrima e reconhecida má disposição. Corrupção tem rimado quase sempre com nação, e nem mesmo a liberdade se erradica da saudade que nasceu com um "artista" que resolveu bater na mãezinha e que hoje se ri lá de cima como se o Condado feito feudo fosse mito da vizinha... não da vizinha Espanha que essa faz de Zapatero e de Sócrates irmãos siameses que arrasam de vez com o aforismo "(...) Nem bons ventos nem bons casamentos".
Temos o BPN, o BPP, o Alberto João, o Santana, entre tantos outros. Há ainda o arrependido Oliveira e Costa, o casto Dias Loureiro, o birrento Manuel Alegre, mas lá do cimo da azinheira, qual Nossa Senhora, mantém-se o puro e tranquilo Zézinho, imúne à falácia, ao tal de Zé Povinho, à concorrência política sanguinária, mesmo ao Freeport!... isso é coisa do passado...
Assim, restai-nos, pois, o ensejo de um crescimento mental e cultural. Só daí advirão os outros.
Reviralho, mais que um desabafo, a consciência sadia do Zé, não do Sr. Primeiro, mas de quem o quiser ser... ou puder!