sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ratzinger no Sudoeste?


O primeiro contacto que tive com o mundo religioso foi com o Cardeal Richelieu, irritante personagem do saudoso "Dartacão". Uns anos mais tarde convivi com a morte dos meus avós e, em estreia mundial, o mundo religioso afundou-me em tradições e rituais pouco dados a quebras, quanto muito a quebrantos! Com o avançar da idade, a Ecclesia manteve dogmas e posturas, excepção feita a raríssimas tentativas de redenção como o pedido de desculpas de erros de outrora (coisa pouca, perseguições, assassinatos em praça pública e pouco mais), todavia e como se diz cá nas minhas bandas sulistas, são "sopas depois de almoço"! Lembro-me de uma frase de Thomas Paine que, nesta hora, me apetece citar: "A minha mente é a minha igreja". Perdoem-me, pois, os mais devotos...
Ainda que sem o chamamento divino, confesso que a dada altura a coisa até me parecia razoavelmente digna com o humanismo do Sr. Karol Wojtyła mas a cadeira de oiro maçiço de quem apregoa a igualdade entre os Homens e o fim da fome em África ficou então ocupada por Ratzinger e, num ápice, o grito emocionado "Habemus papa" deixou a jornalística visão do fumo branco no Vaticano para dar lugar a uma imagem antagónica... Ratzinger fez-se Bento mas com uma enigmática e perversa carpela de Führer... longe da mística que ainda julguei herdar do saudoso guarda-redes do Benfica. Bento deu agora em lançar discos e até a sagrada música celestial de claustro se converteu ao profano e ao sintetizador "amestrado"... Enfim, é o desenvolvimento, a evolução, a globalização, e mais uma série de desculpas (perdão, razões) acabadas em "ão"!... Quem a julgava retrógrada e obsoleta enfie a viola no saco (já temos o sintetizador!) e resigne-se ao florescimento de Ratzinger, o novo Padre Borga, potencial DJ dos festivais de Verão de 2010!!! Papa novus habemus!!! E os fiéis lá vão em romaria cantando e rindo... pelo menos até ele se lembrar de querer a Polónia só para ele. Heil!

Padres, diáconos, papas, beatas, bispos, arcebispos (entre tantos outros agentes da "engrenagem"), sem pedirem licença Ao Pai, definiram este como o dia dedicado aos mortos. Recordo a elevação, a tolerância, o altruísmo, a capacidade e o iluminismo do mais singular dos homens da minha história, o meu eterno e amigo avô Amadeu. Pouco dado a convenções e travessuras, foi ímpar num contexto salazaresco, sem a tentação de se apoiar sequer no reviralho político da época. Não pecisava simplesmente disso... A inteligência em mistura constante com o amor guiava incondicionalmente os seus passos. E guiou. E guia-me...
Amar-te, meu caro Amadeu, é um acto intemporal.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A evolução da espécie nacional... ou então não!

Crê-se em Darwin como o mais sábio estudioso da espécie humana. Mas a evolução (?) do homem espanta-me, por vezes, tais são os ícones que me remetem para uns milhares de anos atrás... A Maitê Proença que o diga, passando de diva, símbolo sexual ou coisa que a valha, para a mais reles e desprezível besta, "apenas" por falar e caracterizar o tuga, nomeadamente a eleição de Salazar como o homem mais importante do século XX (e acho que chega) por parte do povo lusitano... mas com sotaque brasileiro. O Herman fá-lo há anos e rimo-nos à boa maneira desdentada do Emplastro, mimando-o com saudáveis e cúmplices gargalhadas. Mas enfim... Nunca gostámos muito que sejam os outros a apontarem-nos defeitos, até porque, aos nossos olhos, poucos ou nenhuns teremos. Mas, ainda assim, para isso estamos cá nós.
Cuspimos e cuspimo-nos diária e consecutivamente. Os nossos telhados raramente são de vidro e, emiscuídos da modéstia presidencial, raramente temos dúvidas e nunca nos enganamos. Por isso podemos cuspir, e coitado daquele que não o faça! Panisgas!!!
Só temos razões para enchermos a peitaça ao mundo desenvolvido: temos o Sócrates como Primeiro, o Queiroz na selecção, o Isaltino em Oeiras, o Jaime Silva na agricultura... Temos motivos de sobra para transbordar o orgulho de soberba e da lusa vaidade de quem, com a altivez afonsina, defende os mais de 800 anos de história... e de estórias.
Mas temos mais... Temos escutas, o Vale e Azevedo a passear em Chelsea, o Padre Federico a mamar caipirinhas (atenção que eu não disse criancinhas!) em Copacabana, o Paulo Pedroso a deputar, o Barroso a sorrir-nos de Bruxelas, o Mário Soares a sorrir-nos de cá, e temos o Zé Povo a rir-se disto tudo, orgulhoso da nação que tem centenas de anos de história e que, agora, viu a sua boa honra ser beliscada por uma brasileira que, em tempos, o mesmo Zé Povo quis beliscar!
"Uma pessoa de vez em quando tropeça sobre a verdade, mas na maioria das vezes levanta-se e continua andando.", Winston Churchill dixit... Peço desculpa à alma lusa pelo autor ser estrangeiro, mas também não acredito que se refira aos portugueses... por certo que não! É que a verdade tratamo-la por tu, mal, mas por tu...
Maitê, vá diz comigo, "Façam favor de serem felizes"!
Assim, tudo bem...