terça-feira, 18 de agosto de 2009

Infinitude

Aqui,
Onde floresço quando o sol rompe a janela
Como se o tempo me pintasse numa tela,
Lentamente…
Aqui,
Esta tristeza sensual é mais serena
Porque a saudade se respeita e não tem pena
De quem sente.

Aqui,
Melancolia semeada campos fora
Cantada ao povo e segredada a qualquer hora
À gargalhada de um sarcasmo ao pé da porta…
Aqui,
Sente-se o quente a apertar-nos a garganta
Nesta verdade desarmante que agiganta
A força louca da paisagem quase morta.

Aqui,
Desta janela onde se avista a liberdade
Diz-se que ainda vale a pena amanhecer
No mais mordaz silêncio que vivi…
Aqui
Torna-se urgente uma certa crueldade
Quando se parte sem chegar a conhecer
O doce encanto que roubei e ofereci...

... Aqui,
Onde o meu corpo não tem culpa e quer morrer!

(Sabe bem a catarse alentejana...)

Sem comentários:

Enviar um comentário