terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mário Soares... e mais palavras para quê?


É fantástico como a chamada "inspiração" nos pode vir do mais improvável dos destinos! Acordei cedo, nem sei muito bem porquê, e liguei o computador para consultar e imprensa... Saltou-me à vista um artigo de opinião de Mário Soares no Diário de Notícias criticando a "moda de se falar mal de Portugal". Depois de um olhar fixo e sem reacção, li o artigo, estupefacto pelo à-vontade com que este senhor(zinho) fala de um país criado por si e pela corja de esfomeadas sanguessugas que o acompanharam nessa galopante ascenção política que, para mal dos meus pecados, o Zé Povo nacional fez questão de amamentar...
Hoje tem uma Fundação, ontem rasteirou milhões de votantes e fez coligações com o CDS (atenção falo em 1982 e não em 2009...). O "Rei Gordo" jogou a política como poucos, jogou-a com a mestria e com o jogo de cintura de um cigano na Feira do Relógio (com o máximo respeito pelo cigano) vendendo um par de meias por tuta e meia e, se por sorte conseguir vender tudo, arruma a a trouxa e parte... E qualquer semelhança com a realidade é pura ficção.
A criação dos Recibos Verdes, o terminus da Lisnave, a priviligiada "amizade" com Angola são apenas alguns dos pontos que me fizeram nutrir e desenvolver este sentimento especial pelo "Marocas". Salazar chega a afigurar-se-me um tolerante democrata muitas vezes...
Pois é, "Sr. Pai do Socialice Portuguesa", a realidade do nosso querido país, não a crise porque nós não temos culpa dessa, é "lá de fora do estrangeiro" (!), é o reflexo nu de quem teve o leme numa mão (enquanto a outra se guardava no quentinho da algibeira) mas não conseguiu arranjar uma direcção assistida mais levezinha para, pelo menos, conduzir a nação até um lugar de estacionamento mais espaçoso...
Ao invés, ainda hoje colhem frutos de sementes "gentilmente" cedidas há mais de 30 anos, quando sorriam e erguiam punhos em defesa do Reviralho, abraçavam-se e chamavam camaradas a tudo o que mexia... O teu abraço a Cunhal no regresso à Pátria, que bonito, hein "Marocas"!... Desse abraço sobra apenas o respeito pela ingenuidade de Cunhal e o teu sorriso fraterno, honesto e leal, camarada Soares!... Aliás, virtudes que pautam a essência da actuação e dos seus fidelíssimos seguidores!... até aos dias de hoje.
Nota de rodapé: O filho do teu "mon ami" Miterrand foi caçado pela justiça francesa.

Caro Soares, critico Portugal porque sempre votei desde o recenseamento eleitoral e porque(ainda) tenho os meus impostos em dia. Não fujo ao fisco (embora desejasse que ele fugisse de mim) e venho da plebe e do que de mais nobre se ensina na classe... Há, pelo menos, duas gerações prejudicadas pela tua "defesa dos interesses da Pátria" e o curioso é que cada vez mais me sinto parte integrante desse vasto grupo. Falo mal do país que quiseste criar e conseguiste e não me calarei. Já tu, meu caro, uma vez que nenhum cigano te enche a boca com um par de peúgos de tuta e meia, ganha a sensatez de te calares nos poucos anos que te restam!... A tua Pátria agradece.

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