sexta-feira, 2 de julho de 2010

Navegadores... à deriva


Urgem-me palavras e desabafos depois de mais uma demonstração da portugalidade por terras sulistas de África. Terei sido apenas eu a denotar que a inércia de Queiroz e a presunção do seu mais fiel discípulo CR9 cedo vaticinaram pouco mais que nada para a campanha mundialista? Quero acreditar que não.
O guarda-redes campeão nacional ficou de fora, Pepe parece ter caído nas graças do mister pois só assim (ou por meio de quimicas carnais!) se pode explicar que meio ano depois de ver a bola apenas pela janela "roube" o lugar, num ápice, a Pedro Mendes e desate a distribuir "mimos" pelas canelas de um qualquer adversário, por mais simpático e meigo que esse fosse!
O míster (eu acho que ele gosta que o chamemos assim) convoca então dois defesas direitos para depois, nos jogos decisivos, eleger a velocidade e a agilidade de Ricardo Costa... um defesa central que ainda anda a ver se faz alguma coisa da carreira. Liedson chegou a ser extremo-direito, Danny foi várias coisas e Deco, armado em salvador da pátria, deu ao país o privilégio de uma última presença na selecção de todos nós (e de mais uns quantos brasileiros) para usar o pouco tempo que teve em campo em jeito de turista octogenário da Baviera.
Cristiano Ronaldo provou em campo porque são realmente descabidas as comparações com Messi. Ronaldo, ainda hoje sem perceber porque é capitão, não se lembra por um minuto que o é. Messi, sem o ser, é líder. Ronaldo não enjeita um remate a 50 metros da baliza com dois ou três comparças a pedirem a bola. Messi quer é por a malta a jogar. Ronaldo é um borracho e quer ser ainda mais. Messi dificilmente o será. Enfim, altruísmo, simplicidade e espirito de equipa são termos riscados do léxico do CR9 fazendo-me lembrar muitas vezes um tipo simpático que me escancarava os olhos na adolescência e que passava as tardes de praia na Caparica a fazer malabarismos com a bola... sozinho, pois claro.
Queiroz, do alto da sua arrogância, crê que fizemos um bom mundial, depois de exibições defensivas muito boas. E só isso, porque ataque nem vê-lo. Pontas de lança? Para quê? Ambição? Isso não. Arrojo? Muito menos... Jogámos ao jeito da Grécia em 2004 mas com uma pequena diferença, a Grécia ganhou!
Curioso é o facto de no único jogo ganho em África, estarem apenas em campo jogadores portugueses. Sintomático ou acaso? Cada um pensa o que quiser, mas quanto a mim, e estou à vontade para me apedrejarem, desde o inicio que o meu pessimismo se revelou latente, e não é de agora. E nada tenho de xenófobo garantidamente porque se o fosse, não estaria nesta altura com saudades de Scolari... Porque é que estou então tão chateado? Perguntem ao Queiroz!... e ao Ronaldo... e ao Madaíl... e sobretudo a todos aqueles que felizmente ao longo de décadas me habituaram a gostar de futebol e da equipa de todos nós. Eles, tal como eu, sabem a resposta!

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