sexta-feira, 12 de junho de 2009

A estranha teoria do enriquecimento, por CR7


Absurdo para uns, impressionante para outros e muito delicioso para quatro. O Manchester United, acusado há anos de ter dispendido cerca de 17 milhões de euros por um rapazola franzino de uma equipa qualquer do bairro de Alvalade, em Lisboa, está hoje mais rico que um totalista do euromilhões, usufruindo de tudo o que o "7" lhe proporcionou. Jorge Mendes, empresário, esfrega, mais uma vez, as mãozinhas suadas de contentamento e de um nervosismo latente de quem está para abraçar carinhosamente mais uns euritos (e ainda por cima ganhos com os pézinhos de outro). Além destes, há ainda Cristiano Ronaldo, o "Melhor do Mundo", o menino birrento que se esquece fácil e regularmente que uma equipa de futebol tem mais 10 tansos que jogam, não para, mas com ele. Expoente máximo de vaidade, pedantismo, bazófia, altivez, presunção, enfim, de tudo aquilo que está facilmente ao alcance de um gaiato - na idade e não só - que passa a receber 25 mil euros por dia, apenas porque dois ou três espanholitos se lembraram de oferecer ao clube de George Best (esse ganhou e gozou os milhões como ninguém!) uma quantia que equivale, por exemplo, ao quíntuplo do orçamento anual do futebol do Sporting. Curioso, no mínimo. Escandaloso, no máximo.
E o quarto sortudo a ganhar com tudo isto é precisamente o Sporting que ganha uma bela maquia pelos direitos de formação. Que pena a Academia de Alcochete não ter um Curso Superior com cadeiras de Humildade Aplicada, Ateliers de Bom Senso, entre outras opções académicas que enriqueceriam verdadeiramente - acima das algibeiras - os parcos cérebros de rapazolas como o "CR7" ou, noutro caso mais próximo, Miguel Veloso. Só que o outro é o melhor do Mundo e este convence-se que é, pelo menos, o mais giro.
É tudo uma questão de realidades...

1 comentário:

  1. Cajó, infelizmente não nasci com o pensamento na ponta dos dedos como tu mas procuro sempre nas palavras de outros encontrar o meu pensamento!
    Deixo-te por isso, algumas palavras de Eça de Queirós que, apesar de terem sido escritas em 1871, são tão actuais como naquela altura!

    «Estamos perdidos há muito tempo...
    O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
    Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
    Os carácteres corrompidos.
    A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
    Não há princípio que não seja desmentido.
    Não há instituição que não seja escarnecida.
    Ninguém se respeita.
    Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
    Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
    Alguns agiotas felizes exploram.
    A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
    O povo está na miséria.
    Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
    O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
    A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
    Diz-se por toda a parte: “o país está perdido!”
    Algum opositor do actual governo?... Não!»

    beijinho
    margarida junça

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